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Como tudo começou

Foto do escritor: MaxMax

Atualizado: 13 de set. de 2023

Mandar meu filho para um intercâmbio nos EUA parecia uma boa idea

Nos EUA, o ano escolar começa em setembro e vai até junho. Quando me dei conta, fiquei preocupado em como conciliar a escola americana com o ano escolar brasileiro. Além disso, quem viveu os anos de pandemia e pós pandemia sabe, o câmbio Real - Dólar Americano bateu R$ 5,50, o que tornava o negócio todo ainda mais custoso.


E se trocássemos o ano escolar por um curso de férias? Se o objetivo era aprender inglês, daria para encontrar uma escola que oferecesse aqueles cursos ininterruptos em que ele pudesse ficar por algumas semanas

Assim, mudei de planos e foquei em encontrar uma escola (e um período) que eu pudesse mandá-lo, sem afetar seu ano letivo, e também sem afetar o meu trabalho, já que eu iria junto.


Muita gente perguntava por que ele não poderia ir sozinho. Poder, poderia, mas nós - eu e minha esposa - não estávamos confortáveis de mandar nosso filho de 14 anos sozinho para outro país. Ele também, por sua vez, não queria ir sozinho. Dizia que queria nossa companhia, ao menos desta vez.

Encontrei uma escola, entrei em contato, entendi dos trâmites.


Comecei a buscar por passagens aéreas baratas e que eu pudesse comprar com milhas.


Vi hoteis nos mais diferentes bairros, busquei promoções, entendi quais os prós e contras de ficar em um bairro ou noutro, e vi como o transporte público nos atenderia onde estivéssemos hospedados.


Um mës antes de viajarmos, fui à trabalho para os EUA, e isso me permitiu ver o custo de vida, de refeições em restaurantes, compras, bares, transporte, etc.


Mudei de hotel para AirBnB, pois a essa altura a ideia era ficar 40 dias, e seria enlouquecedor ficar tanto tempo "morando" em um quarto de hotel. Além disso, as diárias partiam de USD 180 por noite, e se eu quisesse economizar cozinhando, por exemplo, num quarto de hotel isso não seria possível.


Num primeiro rascunho de orçamento, um susto. A viagem custaria mais de USD 20 mil, o que representava mais de R$ 100 mil. Não tinha como pagar por isso.


Comecei a cortar custos. Coloquei na cabeça que essa não seria uma simples viagem de turismo. Falei com meu filho que não iríamos comer em restaurantes caros, que não iríamos alugar carro, que não ficaríamos em uma casa grande. Em determinado momento, expliquei para ele o conceito de "mochileiros" e falei que seríamos quase como eles. Quase. Moraríamos bem, teríamos conforto, permitiríamos ter certos luxos, mas tudo muito diferente de outras férias.


Aliás, não eram férias. Eu sempre disse a ele que o motivo principal da viagem era que ele estudasse.

Sem dúvida, isso ajudou muito para criarmos - eu e ele - a mentalidade de economia. Não nos privaríamos das coisas, mas seríamos contidos nos gastos e cuidadosos com nossas escolhas.


Ao chegarmos, apesar de o aeroporto estar distante da cidade, pegamos trem, metrô e Uber (apenas no trecho final) para irmos à nossa nova casa. Fazer isso desde o primeiro momento já servia para mostrar como seriam aqueles 40 dias.


Claro que eu reservava algum tempo (e dinheiro) para fazermos alguns passeios. Até chegarmos, eu tinha comigo que aquela era viagem meio estudos, meio turismo. Mas no primeiro dia descobri que seria muito, mas muito mais que isso.

Chegamos cedo e nossa casa ainda não estava pronta para o checkin, que seria de tarde. Fomos a um café assistir ao jogo do Brasil (o fatídico, da eliminação) e ali começávamos uma nova rotina... Uma rotina de proximidade, cumplicidade e companheirismo. Ao logo dos 40 dias tomamos cafés em muitas cafeterias. Fizemos mercado. Compramos coisas para nossa nova casa. Almoçamos ou jantamos em restaurantes. Cozinhamos. Debatemos os cardápio do dia. Optamos por passar o Natal juntos em um restaurante bacana, mas em não sair de casa no Ano Novo, para compensar. Ficamos tristes com a impossibilidade de estarmos todos juntos (eu, minha esposa, nosso filho e nosso cachorro), mas curtimos estar só os dois e usávamos a tecnologia para falar por vídeo com o Brasil.


Com apenas 2 ou 3 dias eu já tinha a certeza de que passar esse tempo junto com meu filho, só os dois, era a parte mais indescritível de toda a jornada. A parte que não tem preço. A parte que levarei comigo para o resto da vida.

Embarque comigo nestas breves páginas e, desde já, sinta-se encorajado(a) a fazer o mesmo.

 
 
 

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